sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Aonde tem fumaça... pode haver um fumante
A nova chave embora tenha pouco tempo já ganhou as marcas da embocadura em que encaixa
os velhos vícios impregnam tanto o fogão quanto o pulmão
fumaças defumantes
saborosas substâncias cancerígenas
pingo na cueca e óculos embaçados
solado gastado torto
dentes que se quebram sistematicamente no mesmo lugar
desgaste topológico
uso irrestrito
de complexa semiologia
dia dia
noite noite
a calcinha também se esgarça no mesmo lugar
onde roça o calor
do corpo
fendido
ofensa do tempo
recompensa
contemplo apenas mais algumas rugas
que também nada mais são
que as mesmas marcas
que são produzidas na chave
na nova chave
que abre e que fecha
e embora tão nova
já traz marcas da rotina que cumpre
do caminho que faz
a chave tal qual monge
entortar-se-á
no seu hábito
tal qual cachimbo e boca
Assinar:
Postagens (Atom)