terça-feira, 8 de junho de 2010

Sem eira nem beira






Tantentava que esmorecia alhures
Tantentoou tanto
Tantentou tanto
Tanto tempo tantentou
Que esmoreceu de vez
Qual semente fincada em pedra
Quimeras, quimeras
Ele não sabia o que eram quimeras
Mas era apenas isto
Que o impedia
De brotar
Por isto
Tentou
Tentou
Até morrer
Qual semente que cai em pedra
Tantenta
Tantenta
Pra morrer
Na insistência
Sem luz
Sem sol
Sem terra
Sem comida
Sem ar
Sem oxigênio
Sem vida
Qual fé agüenta?
Tantenta
Tantenta
Até morrer
Morrendo deixa de insistir
E volta sombrio
Pra escuridão
Que já estava no começo
Fiat lux
Quer dizer que no começo
Não havia luz
Tantentou
Tantentou
Até sucumbir
Tentação que sucumbe
E também apaga tudo
Tantenta
Tantenta
Que não
Mais agüenta
Tantentou
tudo
até não guentar
tantentar mais